Uma solenidade realizada hoje (23) marcou o início das obras de restauração do Casarão do Salto Grande, que abriga o Museu Histórico e Pedagógico “Dr. João da Silva Carrão”. A busca por recursos e parceiros que viabilizassem o restauro foi objeto de preocupação dos vereadores de Americana, que formaram, em maio deste ano, o Grupo Pró-Casarão na Câmara Municipal.
De acordo com informações da Prefeitura, a restauração conta com a parceria do Conpacel (Consórcio Paulista de Papel e Celulose), antiga Ripasa, que disponibilizará cerca de R$ 500 mil, valendo-se dos incentivos da Lei Rouanet. O prédio, construído em taipa-de-pilão há quase duzentos anos, está com sua estrutura comprometida pela ação de cupins e umidade. A primeira etapa das obras, que será executada pelo restaurador Salvador de Cápua, terá início nos telhados e está orçada em R$ 1,8 milhão. O projeto consumirá, até sua conclusão, cerca de R$ 4 milhões.
O presidente da Câmara, Marco Antonio Alves Jorge (PDT), o Kim, lembrou que, em 1982, o Casarão foi tombado como patrimônio histórico do Estado de São Paulo pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico). “O que acontece aqui hoje não é um bem apenas para Americana, mas um bem para toda a história do Brasil”, declarou.
A vereadora Lurdinha Ginetti (PDT), integrante e idealizadora do Grupo Pró-Casarão, lembrou que vários segmentos se empenharam para conseguir esse recurso e dar início ao restauro. “Esse momento vai salvar o projeto e permitir que, em 2010, se comemore os duzentos anos do Casarão”, ressaltou a vereadora. “Fico muito feliz em contribuir com uma pequena parcela para que isso possa se tornar realidade”.
“Sairia frustrado do meu mandato se não tivesse início essa importante obra de restauração”, afirmou o prefeito Erich Hetzl Júnior (PDT). O chefe do Executivo agradeceu ao conjunto de pessoas que colaboraram para que o restauro tivesse início. “Tomara que consigamos outros parceiros. Que essa luta continue e não fique só com o exemplo do Conpacel”, reforçou. “Faço votos que esse trabalho tenha continuidade para que, rapidamente, possamos concluir essas obras”.
Já o secretário de Cultura e Turismo, Fernando Giuliani, além de lembrar das dificuldades enfrentadas para iniciar a restauração, enalteceu a iniciativa da empresa. “Mais uma vez o Conpacel, pela sua sensibilidade, está passando essa verba para o início das obras”, destacou. “Se não iniciássemos as obras agora, perderíamos os benefícios da Lei Roaneut no final do ano, e não mais seria possível a restauração. Mas encontramos no Conpacel o parceiro certo, que apostou no projeto”.
Apresentação e presenças
O evento contou com uma apresentação do “Projeto Raízes” sobre a história do Casarão do Salto Grande. O local foi uma sesmaria concedida em 1790 e ocupada a partir de 1799. No entanto, de acordo com estimativas de especialistas, a construção foi finalizada em 1810, no período Brasil-colônia, sendo erguida com mão-de-obra escrava. São aproximadamente dois mil metros de área construída, 36 cômodos só na parte do sobrado, além disso, as madeiras da estrutura do prédio foram extraídas da Mata Atlântica original - já extinta.
Também estiveram presentes na solenidade as representantes da Produtora 3 Marias, responsável pelo projeto de restauro, Ana Paula Pontes, Eliane Deliberali e Luciana Teixeira; o vereador Luciano Corrêa (PSDB); a administradora do Casarão, Mônica Rehm; o presidente do Condepham (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico de Americana), Raul Brisolla; a representante da diretoria do Conpacel, Luciana Bueno; a presidente do Conselho Municipal de Cultura, Magali Comelatto; o restaurador Salvador de Cápua e a arquiteta Juliana Binotti.
Assessoria de Comunicação