Os vereadores Capitão Crivelari (PP) e Marco Antonio Alves Jorge (PDT), o Kim, participaram nesta segunda-feira (21) da abertura do Fórum de Debate sobre Segurança Pública e Justiça Social (Forseg 2009), realizado no auditório do Instituto Adventista de São Paulo (Iasp), em Hortolândia. O encontro reuniu especialistas no assunto, que apontaram meios de se combater a violência. O debate foi promovido pelo Parlamento Metropolitano da RMC (Região Metropolitana de Campinas).
No total, 280 autoridades da região compareceram ao evento, que contou com a participação ainda de dois jornalistas de renome nacional, Percival de Souza e Luciano Faccioli, ambos da Rede Record de Televisão, que cobriu o evento. “A questão da segurança pública precisa de ações conjuntas. Por isso, um encontro envolvendo as cidades da RMC é muito importante na busca de políticas públicas integradas e eficazes no combate a criminalidade”, afirmou Crivelari.
Para o vereador Marco Antonio Alves Jorge (PDT), o Kim, representante de Americana no Parlamento Metropolitano, a reunião de diversos órgãos para discutir a segurança pública é a melhor forma de apresentar soluções para minimizar o problema. “O debate regional de uma questão como a segurança pública, que é uma questão que aflige os diferentes municípios, é uma ferramenta indispensável na visualização de alternativas que venham a atender os interesses de todos. Afinal, se uma cidade se sente insegura, as cidades vizinhas também sofrerão com o problema”, destacou.
Debate
A participação de José Carlos Blat, promotor de justiça criminal de São Paulo e autor de ações de repercussão nacional, foi uma das mais comentadas do dia. Ele apontou graves erros no sistema de segurança pública do país, parabenizou pela iniciativa o presidente da Câmara de Hortolândia e do Parlamento Metropolitano, George Julien Burlandy, e apontou polêmicas medidas de combate à criminalidade.
“É fundamental esse tipo de evento. A participação do poder público para combater a criminalidade é necessária. Os municípios podem implantar leis que inibem o crime, como por fim aos desmanches de veículos”, exemplificou. Ele citou ainda ser necessária “tolerância zero” ao crime. “É preciso criar leis que dificultam o trabalho do crime organizado. Acabar com estabelecimentos que promovem jogatinas, prostíbulos, implantar horário limite de funcionamento de bares e toque de recolher. Adolescentes não devem ficar de madrugada na rua. Para tudo isso é preciso que as prefeituras se utilizem dos seus poderes e que haja união das forças policiais”, disse.
O presidente da Associação Paulista de Magistrados, desembargador Luiz Henrique Calandra, disse que é preciso repensar a remuneração dos agentes de polícia. “Precisamos de investimentos nas polícias, no poder Judiciário, no sistema carcerário”, salientou. O deputado estadual Major Olímpio foi incisivo: “Há omissão do governo sobre esse assunto. Faltam policiais e por isso estamos pagando esse preço, o preço do descaso. É fundamental acoplar forças de segurança pública”, disse.
Já a deputada estadual Ana Perugini (PT) destacou o papel da educação na formação pessoal das pessoas no combate à violência. “Temos que, paralelamente, combater a violência e investir na educação. Esse evento de hoje é importante para isso. Estamos dando um passo à frente na solução desse problema da sociedade”, explicou.
Para o jurista Sérgio de Azevedo Redó, um dos problemas está na corrupção, que segundo ele alimenta a criminalidade. “Temos que batalhar para que saia urgentemente a reforma do Judiciário. Precisamos acabar com a hipocrisia, pagar salários decentes a policiais e guardas municipais. Por isso, por ser um trabalho político, é muito importante esse tipo de evento”, congratulou Redó.
O coordenador de projetos da Secretaria Nacional de Segurança Pública, tenente-coronel Wilquerson Sandes, disse ser necessário mudar a idéia de que o problema é da polícia. “Segurança pública é problema de todos e por isso é preciso mudar o modelo, justamente o que o governo federal tem feito. Criamos o Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania, que visa suas ações envolvendo outras esferas da sociedade. Quando falamos em violência, até o redesenho urbano, a recuperação de uma praça, por exemplo, é preciso ser feito com um especialista em segurança acompanhando o projeto”, observou.
Forseg
O presidente do Parlamento Metropolitano, George Julien Burlandy, destacou que a partir do Forseg 2009 será elaborado um documento contendo as principais citações feitas no evento e que irá remeter a todos os presidentes de Câmaras da RMC. “Apesar de praticamente todos os vereadores da RMC terem prestigiado nosso evento, em função de compromissos nem todos puderam permanecer por todo o tempo. Por isso vamos remeter esse documento para as Câmaras”, explicou.
O Parlamento Metropolitano deve promover novos eventos para discutir problemas de demais setores, a exemplo do fórum de segurança. “A RMC é uma região muito boa, muito rica, mas tem muitos problemas que precisam ser sanados em atuações conjuntas. Esse é nosso propósito”, completou.
Parlamento Metropolitano
O Parlamento Metropolitano é uma associação de presidentes das 19 Câmaras de Vereadores da RMC. Foi criado em 6 de abril de 2005 com o objetivo de promover integração administrativa, econômica e social dos municípios. A associação tem a finalidade de gerar a cooperação intermunicipal e intergovernamental, visando à integração de planejamento em níveis municipal, microrregional e regional, como processo contínuo e permanente para promover o desenvolvimento da região.
Fazem parte da Região Metropolitana as cidades de Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte Mor, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara d’Oeste, Santo Antonio de Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo.
*Com informações da Assessoria de Comunicação do Forseg
Assessoria de Comunicação