Comissão Especial de Estudos discute captação de água da Represa do Salto Grande para abastecimento com representantes da CPFL


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A Comissão Especial de Estudos para recuperação, preservação e utilização da Represa do Salto Grande da Câmara Municipal de Americana seu reuniu na segunda-feira (3) com representantes da CPFL para debater a possibilidade de captação de água da represa para abastecimento do município.

 

Participaram a vereadora Talitha De Nadai (PDT), presidente da comissão, os vereadores membros Gutão do Lanche (Agir), Jacira Chávare (Republicanos), Levi Rossi (PRD), Lucas Leoncine (PSD), Professora Juliana (PT) e Renan de Angelo (Podemos), o coordenador de meio ambiente da CPFL, Leandro Henrique Soares, e o consultor de relacionamento da CPFL, Gerivaldo de Jesus Nunes.

 

Durante a reunião, os vereadores questionaram as responsabilidades da empresa na concessão para exploração do reservatório para a geração de energia elétrica e perguntaram como uma possível captação de água para o abastecimento da população de Americana poderia afetar a geração de energia na usina.

 

Segundo Soares, a utilização do reservatório para o abastecimento em Americana depende de autorizações de órgãos como a ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica) e a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e pode afetar a geração de energia. “A usina depende de uma vazão mínima de 12 metros cúbicos e opera com níveis mínimos de geração, que ocorrem, em média, de seis a sete meses ao ano. A captação de água para o consumo pode agravar esse cenário”, comentou.

 

A vereadora Professora Juliana questionou a viabilidade de instalação de usina de tratamento antes da entrada de resíduos de outros municípios. Soares explicou que há possibilidade técnica de instalação de usina, porém pode não ser viável economicamente.

 

“A represa recebe água com resíduos de mais de treze cidades que compõem a bacia do Rio Atibaia e que o ideal é que os municípios façam tratamento terciário do esgoto, pois é a forma de eliminar os agentes biológicos – portanto, é importante melhorar a qualidade da água despejada antes de se projetar a instalação de uma usina de tratamento. Uma ação civil pública está em andamento para que os municípios promovam o tratamento terciário, portanto a expectativa é positiva para o futuro já que esses municípios têm projetos em andamento. Em certos períodos, a qualidade da água da represa e do Rio Piracicaba são compatíveis”, respondeu Soares.

 

Ainda a respeito da questão ambiental, o representante da CPFL explicou que, pelas regras do contrato atual de concessão, em vigência até 2028, a empresa não tem obrigação legal de promover retirada das macrófitas e que a existência dessas plantas não prejudica a operação de geração de energia. “Havendo projetos para uso da área, é importante considerar o impacto na usina, em se tratando de possíveis impactos na vazão que poderiam prejudicar ou inviabilizar a geração de energia. A energia produzida pela usina tem capacidade de atender cerca de 60 mil pessoas”, comentou. Soares foi questionado sobre monitoramento da qualidade de água e se comprometeu a encaminhar os relatórios existentes.

 

A presidente da comissão destacou que o uso da represa para recursos hídricos poderia ser uma alternativa para a região, que deve ter um importante desenvolvimento urbano. “Queremos compreender de forma detalhada quais são as ações realizadas pela CPFL e quais medidas podem ser ampliadas em parceria com o município. O nosso foco é o futuro da Represa do Salto Grande como ativo ambiental e hídrico estratégico para Americana”, comentou Talitha De Nadai.

 

O relator da comissão, vereador Lucas Leoncine (PSD), enfatizou que o reservatório poderia ser utilizado para captação em períodos de emergência hídrica. Para Soares, a CPFL entende ser uma opção viável. “Foi uma reunião esclarecedora e reforçou a importância de investirmos na qualidade da água da represa; com a obrigação de tratamento terciário de esgoto para os municípios da bacia do Rio Atibaia, os recursos hídricos que chegam à Americana estarão em condições viáveis de tratamento e poderemos pensar no uso dessa água em situações críticas de abastecimento da rede local. Vamos seguir em reuniões com outros órgãos para propormos soluções concretas para Americana”, afirmou.

 

Ao final da reunião, Talitha De Nadai propôs que a comissão visite outras cidades onde não há tratamento adequado de esgoto e cujo despejo polui a represa do Salto Grande. Os vereadores discutiram sobre a obtenção de documentos relativos à concessão à CPFL e definiram o agendamento de reuniões com representantes da CETESB e do DAE Americana (Departamento de Água e Esgoto) nas próximas semanas.




Publicado por: Coordenadoria de Comunicação